Espaço Imaginário Marisa Monte

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BREVE APRESENTAÇÃO DO ESPAÇO IMAGINÁRIO MARISA MONTE

O Espaço Imaginário Marisa Monte está localizado no Instituto do Coração (InCor), unidade integrante do complexo hospitalar [http://www.hc.fm.usp.br/hc/portal/ Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), situado na cidade de São Paulo. O InCor é um hospital público universitário especializado em doenças cardiovasculares de alta complexidade, que atende pacientes infantis e adultos. O Espaço Imaginário Marisa Monte foi inaugurado em 24 de julho de 2023. Instalado em uma área de 140 metros quadrados na ala pediátrica, localizada no quinto andar da instituição, teve sua estrutura viabilizada por meio de doações de pessoas físicas e jurídicas. Entidade sem fins lucrativos, reúne artistas, ativistas, músicos, médicos e membros da sociedade civil. Objetiva promover, em instituições de saúde e educação públicas, o desenvolvimento humano e o bem-estar por meio da arte e da criatividade. Para tanto, o Espaço oferece um ambiente de convivência multiuso, que inclui uma biblioteca para adultos e crianças, atividades artísticas e culturais coletivas, assim com oficinas e eventos. O projeto do Espaço é uma iniciativa da cantora Marisa Monte em parceria com a médica da Universidade de São Paulo (USP) Ludhmila Hajjar, e da Associação Portas.

A BIBLIOTECA

O Espaço Imaginário Marisa Monte conta com uma biblioteca física e virtual com curadoria, particularmente direcionada ao atendimento à missão compromissada pelo Espaço (aquela cujos processos de busca, de seleção e de classificação de conteúdos relevantes como fonte de informação constituinte no conjunto das especificidades de seu acervo baseiam-se em critérios definidos pela entidade). A Biblioteca do Espaço Imaginário Marisa Monte disponibiliza consulta ao seu acervo pelo endereço eletrônico https://eimm.pactaclara.com.br, que remete ao catálogo online (e sua interface de busca) construído no software PHL Elysio. Os aspectos administrativos acima descritos são parte imprescindível da fase de preparação para a elaboração da Política de Indexação para o Espaço Imaginário Marisa Monte. Nesta fase, identificam-se a instituição a qual sua biblioteca está vinculada, assim como seu contexto. Em seguimento, a etapa da preparação busca apresentar o destinatário (doravante sinonímia de usuário e público) ao qual o sistema de informação se destina.

SERVIÇOS

A biblioteca notabiliza-se por prestar os seguintes serviços:

  • Mediação de leitura
  • Contação de história
  • Empréstimo de livros
  • Consulta local
  • Catálogo eletrônico

USUÁRIOS

O ambiente multiuso (no qual são desenvolvidas oficinas de manualidades e de leitura) possui mobiliário apropriado para atividades de trabalho coletivo de acordo com as normas da comissão de controle de infecção intra-hospitalar. Nessa ala, estão internadas em média 90 a 150 crianças, sendo que destas, 20 a 30 estão em unidades de terapia intensiva. As crianças internadas, em sua maioria, podem circular, sair dos quartos e assim serem capazes de frequentar o espaço cultural. O Espaço Imaginário Marisa Monte pode ser frequentado por toda comunidade que frequenta o InCor, além dos pacientes, assim como acompanhantes, médicos, funcionários e enfermeiros. Segundo dados quantitativos, cerca de 20 mil consultas médicas foram realizadas pela instituição, em 2023. Somando-se a esse número a quantidade de pessoas e de profissionais que circulam pelas várias áreas que compõem o hospital, bem como a número de internações para tratamento médico, é possível considerar que os usuários potenciais da biblioteca física do Espaço Imaginário Marisa Monte seja considerado em torno de 50 mil pessoas. Por sua vez, o acesso ao catálogo eletrônico que reúne o acervo da biblioteca do Espaço Imaginário Marisa Monte alcançou o montante de pouco mais de 7 mil consultas, medidos em 26 de outubro de 2024, pouco mais de um ano após a inauguração do sítio. Destarte, confirmam-se as assertivas de que os catálogos bibliográficos on line compreendem uma verdadeira revolução não só nos processos biblioteconômicos de organização de itens e coleções e de automação de rotinas e serviços, como também por romperem com barreiras de espaço que impediam o acesso e o conhecimento acerca dos acervos das bibliotecas ao público, disponibilizando e compartilhando seus catálogos através da Web. Conhecer e identificar o público-alvo real ou potencial a que se destina o sistema de informação é parte indispensável da fase de preparação para a elaboração de uma Política de Indexação. A pertinência desse conhecimento o torna relevante para a construção desta Política quando se investiga também as necessidades e as áres de interesse desses usuários, e a tipologia da biblioteca do Espaço Imaginário Marisa Monte (instalada em um ambiente hospitalar, como recurso terapêutico alternativo) fornece contribuição para uma melhor compreensão desse aspecto.

INFRAESTRUTURA

A Biblioteca do Espaço Imaginário Marisa Monte é parte da organização social voltada ao bem-estar dos pacientes, internos e comunidade do InCor. Desse modo, sua infraestrutura está vinculada ao Espaço.

RECURSOS FINANCEIROS, MATERIAIS E FÍSICOS

Para se cumprir a etapa de desenvolvimento necessária à elaboração da Política de Indexação da Biblioteca do Espaço Imaginário Marisa Monte, é necessário que se identifique quais são os recursos materiais e físicos necessários para o atendimento à comunidade usuária. Desse modo, o acervo disponível de cerca de 3 mil títulos - também acessíveis para empréstimo à comunidade e aos pacientes do InCor - inclui livros de histórias infantis, arte e fotografia, pedagogia, sociologia, biografias, design, livros de atividades manuais, culinária e jardinagem, songbooks, livros de literatura brasileira e estrangeira, entre outros. O Espaço conta ainda com tablets, computadores, instrumentos musicais, música ambiente, acesso wi-fi e luzes coloridas com objetivo de tornar a experiência imersiva e multissensorial. Em continuidade, a etapa de desenvolvimento que antecede a elaboração da Política de Indexação da mesma forma impõe que se avalie os recursos financeiros necessários para criação e manutenção da biblioteca em todo seu funcionamento. A Biblioteca garante a composição de seu acervo, o curso de suas atividades e os recursos para o custeio de suas despesas administrativas e funcionais graças à sua gestão colaborativa, na qual a instituição mantenedora articula junto com uma rede de colaboradores verba monetária proveniente de orçamento institucional e de doações.

A POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

INTRODUÇÃO

No presente, as bibliotecas e os centros de informação são testemunhas, sujeitos e participantes de um contexto informacional no qual mudanças decisivas e contínuas(tecnológicas, conceituais e estruturais) estão em andamento, afetando diretamente os procedimentos adotados para a organização da (imensurável, de certo modo opressiva) informação. O advento e a hegemonia da aplicação dos recursos digitais e dos ambientes virtuais nos processos biblioteconômicos, nas rotinas e nos serviços de biblioteca, ocasionaram vários fenômenos na área de tratamento da informação. Por serem o principal meio pelo qual a informação é procurada autonomamente pelo usuário (consequentemente, por ele recebida), os catálogos bibliográficos on line das bibliotecas devem ser construídos a partir de registros que considerem as especifidades tanto da instituição que abriga o acervo quanto de seu público-alvo. Elaborados de forma cooperativa, comumente os metadados inseridos nos catálogos apresentam problemas na descrição das características físicas de um documento, ocasionados pela precariedade dos procedimentos adotados em sua elaboração ou mesmo a ausência da adoção de uma política de indexação dotada de diretrizes adequadas e bem definidas. Para organizar a informação contida em cada item de seu acervo, a biblioteca operacionaliza a descrição tanto da forma (autor, título, número de páginas, dimensões, edição, editora, data de publicação, por exemplo) quanto do conteúdo (o número de classificação a partir do CDU ou do CDD, os controles de autoridade, o resumo do documento, por exemplo) dessa materialidade. Destarte, na construção de catálogos on line, a articulação entre os processos de catalogação de assuntos e de indexação - que lhes conferem condição de complementaridade - é responsável pela imprescindibilidade da elaboração e do uso de uma Política de Indexação, a qual conferirá à tarefa dos bibliotecários da instituição aporte e instrumentalização de seus procedimentos.

O MANUAL DE INDEXAÇÃO

Cumpre destacar, novamente, a importância da Política de Indexação como instrumento-base cuja finalidade age em direção ao cumprimento dos objetivos institucionais, organizacionais e profissionais propostos em consideração à comunidade usuária real e potencial e ao seu contexto, à medida em que posiciona a conduta teórica e prática do bibliotecário indexador em relação ao tratamento da informação. Outrossim, os processos dinâmicos que estão envolvidos na atividade de indexação - sujeitados a todo tipo de variação linguística, ao contínuo movimento de rearranjo semântico e à crescente multi, inter e transdisciplinaridade que atravessam as áreas do conhecimento (que tornam imperativo que se implemente formas para que a política de indexação possa ser observada e, em caso de precisão, continuadamente avaliada e modificada) - preferencialmente devem ser descritos e registrados em manuais de indexação. Segundo Fujita e Gil Leiva (2012, p. 175), "O manual de indexação deve integrar o rol de documentação oficial de uma biblioteca, estar descrito em ordem lógica de etapas a serem seguidas para a análise de assuntos, fornecer as regras, diretrizes e procedimentos para o trabalho do indexador e, principalmente, conter os elementos constituintes da política de indexação adotada por um sistema de informação". Para tanto, deve compor-se em um conjunto de três guias (fornecendo meios pelos quais a política de indexação pode ser verificada), como disposto a seguir:

  • Manual de operação ou procedimentos: descreve a atividade de indexação de modo geral
  • Manual de política: aponta diretrizes como o intuito de articular a indexação e os indexadores
  • Manual de organização: repositório para experiências de indexadores

PROPOSTA PARA UMA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

A elaboração de uma Política de Indexação envolve três fases. As duas primeiras, as de preparação e de desenvolvimento, devem ser observadas antes da implantação da Política. A terceira, a fase de avaliação, preceita um modelo avaliativo do produto elaborado ora em questão, a ser aplicado pela equipe da biblioteca. Na fase de preparação, conforme já explicitado nesse documento, identificam-se a instituição a qual a biblioteca está vinculada, assim como contexto em que está inserida. Em seguimento, a etapa da preparação busca apresentar o destinatário (doravante identificado pelo termo usuário) ao qual o sistema de informação se destina. Por sua vez, a fase de desenvolvimento está vinculada à adoção de "de decisões e diretrizes [que] deverá corresponder aos objetivos e à filosofia da biblioteca, da organização na qual está inserida e dos usuários atendidos" (Fujita; Gil Leiva, 2012, p. 176). Cumpridas essas três fases para sua elaboração, a Política de Indexação é composta por dezoito elementos, que deverão ser entendidos como diretrizes para o tratamento temático da informação. Assim, são apresentados em sequência os dezoito elementos que devem ser considerados na elaboração de uma Política de Indexação (Carneiro, 1985, p. 231, apud Fujita; Gil Leiva, 2012, p. 107):

USO

A primeira diretriz a ser considerada na elaboração de uma Política de Indexação é a motivação pela qual o usuário acessará o catálogo bibliográfico. Está disposto claramente que o elemento uso diz respeito diretamente à identificação das características do usuário e de suas necessidades informacionais. Coincidência, ou não, tal diretriz resgata o usuário como elemento primordial para a atividade de indexação, e remete à três das leis de Ranganathan. São elas: a lei 2, a cada leitor seu livro; a lei 3, a cada livro seu leitor; e a lei 4, poupe o tempo do leitor. E um pouco mais adiante nos primórdios históricos dos estudos biblioteconômicos, os princípios básicos elaborados por Charles Ammi Cutter, o princípio do uso. O princípio do uso diz que as descrições dos assuntos devem ser feitas da forma usada pelo consulente e, por conseguinte, orienta a indexação em direção ao atendimento da necessidade do usuário. É da estratégia de busca (o acesso e o uso da informação disseminada) - os termos usados pelo usuário nesta ação - que os termos adequados para indexação em um sistema de informação devem ser coletados (vocabulário controlado versus linguagem natural).

SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DE DOCUMENTOS-FONTE

"O critério de seleção deve estar em concordância com a política de desenvolvimento de coleções estabelecida pela biblioteca, considerando-se a pertinência dos assuntos tratados e o estado físico do documento possa que este ser indexado no sistema de recuperação da informação." (Leiva Gil; Fujita, 2012). Portanto, os documentos-fonte são selecionados, adquiridos, integrados ao acervo da biblioteca e disponibilizados no catálogo pela sua pertinência com a necessidade do usuário. Como parte de nossa política optamos por começar a seleção dos documentos a serem inseridos no sistema a partir da prioridade estabelecida pelos idealizadores do Espaço Imaginário Marisa Monte. Tais escolhas foram realizadas de maneira participativa e dialogada entre os organizadores do Espaço e o corpo médico e profissional que atendem a ala pediátrica. Para a identificação das prioridade aplicamos um questionário no qual cada membro desses grupos pôde listar obras - de literatura adulta e infanto-juvenil, bem como obras de interesse geral, como manuais e literatura médica,por exemplo - consideradas pertinentes, atuais e relevantes para comporem o acervo da biblioteca, orientados pela Política de Desenvolvimento de Coleções. Para exemplificar a importância da seleção e aquisição de documento-fonte, considere-se que uma pesquisa realizada por uma usuária com o assunto “coração” recuperou 4 itens ao pesquisar pelo índice por assunto no Catálogo on line da biblioteca do Espaço Imaginário Marisa Monte. Sendo 4 livros, catalogados em um assunto geral, sendo dois itens da área de Ciências Humanas, um como Biografia e o quarto como Saúde. Para essa consulta, a usuária escolheu apenas um item, aquele que trata da saúde do coração. Esta obra foi escolhida por se aproximar mais do assunto ao qual a usuária procurava. Para a pesquisa por título, com o termo "coração" a usuária recuperou 14 itens. Destes, a usuária selecionou dois. Um dos itens a usuária já havia recuperado na busca por assunto; o outro foi escolhido por tratar da temática anterior (saúde do coração), que considerou relevante para a sua pesquisa.

COBERTURA DE ASSUNTO

A biblioteca do Espaço Imaginário Marisa Monte está localizada em um contexto médico-hospitalar, o que delimita o perfil de seu público local e, mais do que isso, e atendimento às especificidades desse público (não apenas suas necessidades informacionais) é a razão de ser desta organização. Foram considerados como campos de interesse do público, assuntos como saúde e bem-estar, jogos e brincadeiras, universo infantil, games, animes, Arte, Manualidades, atualidades, Ciências Humanas, biografias e conhecimentos gerais. Desse modo, foram selecionados materiais com tempo de cobertura de 5 anos, de tipologia variada, como livros de literatura, songbooks, livros de atividades (recorte e cole, adesivos, recursos interativos), livros de pintar, HQ's, palavras-cruzadas, periódicos (revistas e jornais), atlas, dicionários, guias, mapas, entre outros.

CAPACIDADE DE CONSULTA A ESMO

Diz respeito ao browsing, isto é, como se dá a navegação do usuário em seu processo de procura, bibliográfica ou não, cujo objetivo é a recuperação da informação por meio da classificação por assuntos. A interface do catálogo do Espaço Imaginário Marisa Monte, de navegação facilitada e de caráter instintivo, cumpre plenamente e com clareza essa prerrogativa.

ESTRATÉGIA DE BUSCA

A busca deverá ser feita de modo diferente para cada contexto de uso da Biblioteca. Na biblioteca física, preferencialmente o bibliotecário orientará o usuário em sua estratégia (busca delegada). Sob o uso do catálogo on line nas buscas autônomas - pois não-presenciais - será oferecido, na Carta de Serviços divulgada pela biblioteca, a possibilidade de auxílio, com hora marcada, do bibliotecário para prestar orientações aos usuários sobre estratégias de busca.

CAMPOS E SUBCAMPOS DO FORMATO LILACS

A Metodologia LILACS é um conjunto de políticas, sistemas e fluxos de trabalho que visam gerenciar informações e dados bibliográficos em saúde nos níveis local, nacional e regional. É composto por normas, manuais, guias e softwares, destinados à coleta, seleção, descrição, indexação de documentos e geração de bases de dados de referência bibliográfica. Foi desenvolvida em 1982, a partir da necessidade de uma metodologia comum para o tratamento descentralizado da literatura técnico-científica em saúde produzida na América Latina e no Caribe, e foi integrada ao modelo da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) em 1998. O formato de descrição bibliográfica desenvolvido pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, também conhecido como BIREME, é baseado no Reference Manual for Machine-readable Bibliographic Description' do Unisist/UNESCO, com adaptações baseadas no MARC21 Lite – Machine-Readable Cataloging – da Biblioteca do Congresso desde 2006. A adoção desta metodologia justifica-se pelo seu sucesso no produção de bases de dados bibliográficas na América Latina, permitindo a interoperabilidade de registros entre a LILACS e bases de dados relacionadas, e o mapeamento dos fluxos de comunicação científica, aspectos atualmente destacados com a Ciência Aberta. Alguns elementos são padronizados de acordo com as recomendações da ISBD e AACR2 (Anglo-American Cataloging Code 2nd ed.) e outros, de acordo com os padrões da ISO (International Standard Organization). Essa padronização promove a consistência dos dados dos registros gerenciados no Sistema Integrado de Gerenciamento de Fontes de Informação (FI-Admin), para bases de dados que adotam a Metodologia LILACS. A terminologia associada à medicina e às ciências da vida é vasta e complexa e inclui muitos sinónimos e termos sobrepostos. O DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) foi desenvolvido a partir do MeSH (Medical Subject Headings) da National Library of Medicine (NLM) para selecionar e consolidar deste imenso conjunto de termos os mais adequados sob os quais todo o material de um mesmo conceito pode ser agrupado e indexado. Os termos DeCS/MeSH representam a nomenclatura geralmente aceita pelas autoridades nas diversas áreas. Os seguintes conceitos são definidos assim: Indexação é a síntese ou resumo do conteúdo de um documento, representado por termos de vocabulário controlado (DeCS/MeSH), de acordo com regras/diretrizes de uso, com o objetivo de facilitar sua compreensão e recuperação precisa.

  • Descritores são termos extraídos do DeCS/MeSH para sintetizar e representar o conteúdo temático do documento. Estão organizados em estruturas hierárquicas com vários níveis de especificidade e divididos em:
    • Descritores pré-codificados são termos DeCS/MeSH utilizados para representar os sujeitos da pesquisa e os períodos históricos estudados.
    • Qualificadores são termos que definem aspectos de uma questão qualificando o descritor adotado. Os qualificadores estão sempre associados a descritores, especificando o máximo possível um determinado assunto.
    • Tipos de Publicação são termos DeCS/MeSH que representam os tipos de formato/estrutura ou desenho do estudo.

A indexação deve sempre ser caracterizada pelos seguintes princípios:

  • Precisão

O indexador deve selecionar termos que reflitam o real conteúdo de um documento para que uma busca encontre informações ou discussões no documento sobre o tema indexado com o termo DeCS.

  • Acordo

O indexador deve limitar-se fielmente ao conteúdo do DeCS e às orientações dadas pelas referências cruzadas. Você deve seguir a hierarquia dos descritores e as regras que orientam seu uso.

  • Coerência

O indexador deve aplicar consistentemente as regras de indexação. Os descritores devem ser sempre utilizados da mesma forma. Assim, o usuário poderá contar com a localização dos mesmos conceitos no mesmo local com uma taxa de previsibilidade razoável.

  • Imparcialidade

O indexador não pode prever quais aspectos de um trabalho podem ser de interesse para este ou aquele usuário. Você deve abster-se de emitir avaliações ou opiniões pessoais, abordando todos os temas em todos os seus aspectos de forma imparcial e sem preconceitos. O documento em suas mãos é a maior autoridade sobre você. Um indexador diligente é a segunda maior autoridade.

  • Especificidade

O DeCS fornece termos gerais e específicos. O indexador está empenhado em alcançar o mais alto grau de especificidade possível.

  • Multiplicidade

O indexador atribuirá a cada documento os descritores necessários para descrevê-lo em todos os seus aspectos. Isso é chamado de indexação múltipla.

  • Fidelidade

Os descritores escolhidos pelo indexador deverão reproduzir fielmente o conteúdo do documento. Assim, o usuário encontrará facilmente o documento de seu interesse, pois o descritor selecionado o conduziu à informação relevante que procurava.

  • Senso comum

O indexador deve omitir dados irrelevantes e não pertinentes, sem sacrificar a imparcialidade, a especificidade, a multiplicidade ou a veracidade. Você deve basear-se na sua familiaridade com o tema, no tipo de jornal/revista em que o artigo é publicado, na sua qualidade, na política editorial e em qualquer outro aspecto do seu conhecimento ou experiência. Deve ser objetivo julgar a parte substancial do texto digna de recuperação, abstendo-se de avaliar a obra do autor. Quando muitos descritores são discutidos em um documento, pode não ser possível indexar cada um deles sem usar muita profundidade. A “regra de três” permite indexar até três termos relacionados. Se mais de três termos relacionados forem indexados, eles geralmente serão cobertos por um único termo mais geral, que é escolhido consultando as Hierarquias.

DETALHAMENTO DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS À LEITURA DOCUMENTÁRIA

Os seguintes passos devem ser seguidos, em sequência lógica, para cada documento a ser indexado:

  • Leia atentamente e interprete o título (atenção para o fato de que nem todos os conceitos do título podem ser o ponto principal, como métodos rotineiros de pesquisa).
  • Leia a introdução até o ponto em que o autor menciona a finalidade do documento e sua correlação com o título. Nenhuma tentativa deve ser feita para indexar a introdução, pois geralmente é uma apresentação de fatos conhecidos sobre o estudo em que se baseia.
  • Preste atenção aos títulos dos capítulos, seções, parágrafos, palavras destacadas no texto (maiúsculas, itálico, itálico), tabelas, gráficos, ilustrações, métodos laboratoriais, relatos de casos, etc.
  • Selecionar para indexação apenas os temas discutidos no documento e, portanto, de valor para recuperação, e não aqueles que são apenas mencionados.
  • Leia as conclusões do autor para determinar se os objetivos propostos foram alcançados. Avalie as conclusões com base no texto, mas não indexe implicações ou sugestões para aplicações futuras. Não indexe declarações conclusivas que não tenham sido discutidas no texto.
  • Revise as referências bibliográficas fornecidas pelo autor como guia para confirmação de qualquer item.
  • Revise o resumo, caso exista, para verificar termos que possam ter sido esquecidos na indexação.
  • Revise as palavras-chave fornecidas pelos editores ou autores, e só inclua-as na indexação após verificar se os conceitos apresentados foram realmente discutidos no texto.
  • Verifique atentamente os descritores atribuídos: se representam o ponto focal do documento (os descritores principais); se foi atribuída uma coordenação adequada; se os elementos do título foram indexados; se os descritores secundários foram realmente discutidos ou se foram apenas mencionados.

ESCOLHA DA LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA

A escolha de qual linguagem documentária é essencial para que o bibliotecário indexador promova "[...]representação [da informação] e mediação [entre a] [..] linguagem do usuário e os interesses de busca dos usuários" (Fujita e Gil Leiva, 2012, p. 110). Para tanto, o indexar deve decidir quais linguagens documentárias serão usadas, pois a mesma "afeta o desempenho de um sistema de recuperação de informação tanto na estratégia de busca (estabelece a precisão com que o técnico de busca pode descrever os interesses do usuário) quanto na indexação (estabelece a precisão com que o indexador pode descrever o assunto do documento). Portanto, a partir de estudos do sistema, deve-se optar entre linguagem livre ou linguagem controlada e linguagem pré-coordenada ou pós-coordenada." (Carneiro, 1985, p. 231, apud Fujita; Gil Leiva, 2012, p. 110).A base de dados LILACS utiliza o sistema de indexação coordenada, no qual o conteúdo dos documentos é expresso através da combinação ou coordenação de descritores.

CONSISTÊNCIA/UNIFORMIDADE

Consistência entre a indexação e a recuperação da informação (entrada e saída da informação). Fatores externos influenciam diretamente a consistência da indexação: o bibliotecário indexador (habilidades e metodologia de leitura de quem realiza o processo), o documento (complexidade do conteúdo do documento indexado, características e propriedades do documento indexado, bem como seu tamanho) e o contexto (qual é a Política de indexação adotada pela instituição e quais são seus objetivos, bem como quais são as necessidades dos usuários) O contexto laboral da biblioteca também influencia a consistência da indexação, por meio de aspectos como a carga de trabalho exigida e o tempo dedicado ao processo de indexação. Uniformidade das condutas profissionais, processos e normas (justificam a existência de um Manual de Indexação, tornando-o indispensável).

ADEQUAÇÃO

Refere-se ao modo ideal com o qual indexador deve determinar o assunto do documento e traduzi-lo adequadamente para o vocabulário controlado,de maneira a adequar o assunto da obra ao perfil do usuário, assim como à motivação de sua busca. No caso do acervo da Biblioteca do Espaço Imaginário Cirandar, é sabido que o público atendido procura itens que proporcionem, dentre outras características, melhora do estado emocional, do alívio dos sintomas físicos e a redução do sofrimento causados por cardiopatias de alta complexidade.

CAPACIDADE DE REVOCAÇÃO E PRECISÃO DO SISTEMA

O processo de indexação, especificamente em seu plano horizontal da Política de Indexação, é afetado por um conjunto de variáveis que influem na recuperação da informação, dentre as quais a revocação e a precisão do sistema. A revocação refere-se aos documentos relevantes recuperados divididos entre o total de documentos relevantes. A precisão, por sua vez, relaciona-se com o número de documentos relevantes recuperados divididos entre o total de documentos recuperados. Destarte, exaustividade, revocação e precisão estão relacionadas, pois quanto mais exaustivamente um sistema indexa os assuntos de seus documentos, maior será a revocação (recuperação de um grande volume de documentos) na busca e, de modo inversamente proporcional, a precisão será menor(durante a catalogação, os assuntos são representados de maneira mais geral).

ESPECIALIDADE

O elemento especialidade relaciona-se diretamente com as linguagens documentárias envolvidas no processo de indexação. "Estruturadas e controladas, [são] construídas a partir de princípios e de significados advindos de termos constituintes da linguagem de especialidade e da linguagem natural (linguagem do discurso comum), com a proposta de representar para recuperar a informação documentária."(Boccato, 2009b, p. 119, apud Fujita; Gil Leiva, 2012, p. 145).

EXAUSTIVIDADE

O processo de indexação, especificamente em seu plano horizontal da Política de Indexação, é afetado por um conjunto de variáveis que influem na recuperação da informação, dentre as quais a exaustividade do sistema. Pode ser definida sob dois aspectos: o aspecto quantitativo (número de termos atribuídos pelo indexador), e o aspecto de extensão da representação do conteúdo coberta pelos termos atribuídos pelo indexador (a extensão com que o indexador alcança a cobertura do significado do assunto, de modo que cada termo tenha pertinência e relevância para o conteúdo temático).

SÍNTESE

É recomendado ao bibliotecário indexador que descreva o conteúdo do documento com a maior simplicidade possível (Vílchez Pardo, 2002, apud Fujita; Gil Leiva, 2012, p. 115), de modo que a síntese é parte integrante da metodologia do processo de indexação, em conjunto com a análise leitura documentária) do documento.

ECONOMIA

DESENVOLVER Não determinar vários cabeçalhos de assunto a um único documento.Em caso de biblioteca pública, determinar um assunto mais geral. p.115

FORMAÇÃO DO INDEXADOR

DESENVOLVER tipo de formação inicial e continuada que se espera do profissional que vai fazer a indexação na biblioteca. p. 178

FORMAS DE SAÍDA DOS RESULTADOS

????? Formato de apresentação dos resultados de busca

AVALIAÇÃO DO SISTEMA

Parâmetros que determinam a intensidade com que o sistema de indexação satisfaz as necessidades de busca dos usuários (grau de satisfação). Tais parâmetros devem ser avaliados tanto quantitativa quanto qualitativamente, com o objetivo de ajustar o sistema continuamente, à medida que os indicadores demonstrarem insatisfação do usuário. Os sistemas de avaliação de sistemas podem ser compostos de questionários com perguntas abertas e fechadas aplicados tanto ao público interno como externo da biblioteca, de aplicativos de comunicação direta entre a biblioteca e o usuário, como também as métricas que medem o grau de engajamento, disponibilizadas pelas redes sociais

REFERÊNCIAS

BOCCATO, V. R. C. A linguagem documentária vista pelo conteúdo, forma e uso na perspectiva de catalogadores e usuários. In: FUJITA, M. S. L. (Org.). A indexação de livros: a percepção de catalogadores e usuários de bibliotecas universitárias. Um estudo de observação do contexto sociocognitivo com protocolos verbais. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009b. Cap. 6, p. 119-135. Disponível em: <http://www.culturaacademica.com.br/titulo_view. asp?ID=56>. Acesso em: 04 nov. 2024.

CARNEIRO, M. V. Diretrizes para uma política de indexação. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG. Belo Horizonte, v. 14, n. 2, p. 221-241, set. 1985.

FUJITA, M. S. L.; GIL LEIVA, I. Política de Indexação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. ISBN 9788579831997. Disponível em : https//www.marilia.unesp.br//Home/Publicacoes/politica-de-indexacao_ebook.pdf.

MARISA Monte batiza espaço no Instituto do Coração da USP. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/saude/marisa-monte-batiza-espaco-no-instituto-do-coracao-da-usp . Acesso em: 23 out. 2024.

METODOLOGIA LILACS – Manual de Indexação de Documentos para Bases de Dados Bibliográficas. 2023. Disponível em: https://lilacs.bvsalud.org/guias-e-manuais/es/docs/metodologia-lilacs-manual-de-indizacion-de-documentos-para-bases-de-datos-bibliograficas/ Acesso em: 01 nov. 2024.

VÍLCHEZ PARDO, J. Tratamiento y ubicación de la colección. In: ORERA ORERA, L.(Ed.). Manual de Biblioteconomía. Madrid: Síntesis, 2002. p. 113-136.