Biblioteca do Capitólio 2023/2
Apresentação
Segundo Ruby (2012, p. 171), “a política de indexação deve servir como subsídio para a organização do conhecimento no catálogo, atuando como guia para o bibliotecário no momento da determinação dos assuntos dos documentos descritos nesses registros.” Logo, este trabalho é uma proposta de política de indexação para a Biblioteca do Capitólio, com a finalidade de servir como um guia norteador de tomada de decisões ao profissional bibliotecário, levando em consideração as individualidades e características da instituição, seus serviços oferecidos, usuários e necessidades.
Informações da Biblioteca
História
A Cinemateca Capitólio é um centro cultural dedicado à conteúdo audiovisual, com a missão de conservar, guardar e promover a história do audiovisual e do cinema no estado do Rio Grande do Sul, possuindo materiais relacionados à cinematografia nacional e gaúcha. O espaço localiza-se em um prédio tombado pelo município e pelo Estado que acomodou o Cine-Theatro Capitólio entre os anos de 1928 e 1994, posteriormente restaurado. Em 27 de março de 2015 foi inaugurado como “Cinemateca Capitólio” em dedicação à arte cinematográfica.
Informações institucionais
A Cinemateca Capitólio é uma Instituição Pública, vinculada à Secretária Municipal de Cultura de Porto Alegre (SMC) em cooperação com a Fundação Cinema RS. A responsabilidade legal da administração fica a cargo da Fundação Cinema RS (FUNDACINE), enquanto a Prefeitura se compromete em garantir um número mínimo de profissionais e custos para o funcionamento da Cinemateca. A Cinemateca possui administração independente, subordinada ao seu estatuto e ao seu conselho gestor, com a orientação das ações e contribuições do setor da instituição feitas por um Conselho Consultivo.
Missão, visão e valores
- Visão: a Cinemateca Capitólio pretende ser percebida como referência nacional e internacional no trabalho de prospecção, preservação, pesquisa e difusão da memória audiovisual.
- Missão: preservar, proteger e promover a memória do audiovisual gaúcho e brasileiro, em um espaço de difusão e promoção desse conteúdo.
- Valores: compromisso com a preservação da memória audiovisual do Estado; valorização da memória audiovisual e internacional; defesa do patrimônio material e imaterial; defesa da diversidade cultural das expressões artísticas; compromisso com a formação do público; dar acessibilidade dos bens culturais ao cidadão; seriedade; transparência; ética; valorização dos agentes, parceiros e funcionários.
Organograma da SMCEC
Organograma do CDMC
Localização
A Cinemateca Capitólio está localizada na Rua Demétrio Ribeiro, 1085 no Centro Histórico de Porto Alegre.
Horário de Atendimento
A Biblioteca do Capitólio funciona de terça a sexta, das 14h às 17h30.
Serviços
Dentre os serviços e atividades desenvolvidas no local, estão:
- Consulta on-line;
- Sala de pesquisa;
- Visita guiada
- Exposições.
O atendimento à pesquisa possui dois espaços de atendimento (um para pesquisa de material bibliográfico e documental e outro para pesquisa de filmes em vídeo.), oferecendo levantamentos bibliográficos e arquivísticos para pesquisas; desenvolvimento de pesquisas históricas (históricos e cronologias); desenvolvimento de exposições históricas e/ou temáticas sobre o cinema e disponibilização da informação em banco de dados e imagens.
Equipe
No ano de 2023 a Biblioteca está sendo coordenada pela bibliotecária Tânia Garcia Oliveira de Souza e também possui uma estagiária de biblioteconomia. Além dessas duas funcionárias, a Biblioteca, por ser um Centro de Documentação e Memória, divide o espaço com a arquivista e mais três estagiários de arquivologia.
Espaço
O Centro de Documentação e Memória Capitólio, localizado no terceiro andar do prédio, possui foco em quatro eixos: acervo audiovisual; acervo documental; atendimento à pesquisa; e difusão da informação. O CDMC é composto por: biblioteca especializada na área de cinema; acervo arquivístico; acervo de filmes em películas; acervo de filmes em vídeos (VHS, DVDs, Blu-Ray, DCP, etc.); acervo de peças históricas; acervo de cartazes; e salas de pesquisa de vídeos. O espaço da Biblioteca possui duas salas de pesquisa, uma sala de tratamento técnico de filmes e três salas de arquivos para guarda de filmes.
Recursos Financeiros
Os recursos orçamentários para aquisição de livros, periódicos e materiais especiais deverão ser de fontes diferentes. No que diz respeito aos livros, quando for possível, será solicitado a cada ano a abertura de evento licitatório da qual participarão as empresas que possuem registro de preços na Prefeitura de Porto Alegre e que fornecerá os livros nacionais e estrangeiros,para aquisição pelo período de um ano. Para este fim poderá ser destinada uma verba específica na Cinemateca. As assinaturas de periódicos e os materiais especiais, tais como DVDs e Blue-Ray, por sua vez, não possuem orçamento específico para este fim.
Usuários
Os usuários em sua maioria são homens mais velhos, de classe média alta, moradores da região e pesquisadores na área de cinema. Esses pesquisadores vêm em busca de material para TCCs, mestrados, doutorados, além de escritores da área cinematográfica. Os maiores interesses desses integrantes vem por obras do cinema brasileiro, cinema gaúcho, estética do cinema e informações sobre cineastas específicos. Os materiais menos buscados na Biblioteca são os de referência, dicionários e manuais.
Política de Indexação
Introdução
A política de indexação serve como um guia norteador para auxiliar o profissional indexador/catalogador na tomada de decisões que deverá ser feita durante o processo de indexação/ catalogação de assunto através da adoção de diretrizes para nortear esse processo, garantindo a personalização do catálogo da instituição e a individualização da recepção da informação pelo usuário. A política deveria ser publicada no site da Cinemateca na seção de “acervos” junto com seu histórico.
Composição do acervo
A composição do acervo do CDMC contempla materiais bibliográficos e especiais, abrangendo obras de referência, livros, periódicos, catálogos de evento e multimeios, além de dar subsídio às áreas de interesse das atividades fim e administrativas da Cinemateca, às atividades de pesquisa desenvolvidas na comunidade, além de preservar a memória do cinema de modo geral. A Biblioteca utiliza o sistema Pergamum, estando inserido no catálogo bibliográfico online da Rede de Bibliotecas da Prefeitura de Porto Alegre, com sua classificação sendo feita dentro da Classificação Decimal Universal (CDU).
Cobertura temática e de Assuntos
O acervo bibliográfico do CDMC possui seu acervo concentrado nas áreas de Cinema com ênfase em cinema gaúcho e brasileiro. A partir de dados retirados do catálogo bibliográfico online da Rede de Bibliotecas da Prefeitura de Porto Alegre dentro da unidade de informação do CDMC, abaixo estão descritos a distribuição do acervo identificados a partir dos critérios de assunto, classe dentro da Classificação Decimal Universal (CDU), número de títulos e percentual.
Capacidade de revocação e precisão do sistema
A capacidade de revocação está associada ao número de documentos recuperados relevantes em uma pesquisa em relação ao número total de documentos sobre determinado tema da pesquisa existentes cadastrados em um sistema. A precisão do sistema está associada à capacidade de se evitar documentos que não sejam relevantes ou inúteis. Uma vez relacionadas, quanto mais exaustivamente um sistema de informação indexa seus documentos, maior será a revocação (número de documentos recuperados) na busca e, inversamente proporcional, a precisão será menor. Devem-se empregar os termos em número suficiente para abranger o conteúdo temático do documento da forma mais completa possível. Deverá ser incluído o termo geral, permitindo equilíbrio entre a especificidade e a exaustividade na recuperação dos registros no Pergamum. O número de descritores será determinado de acordo com a quantidade de diferentes assuntos abordados no item e limitado a:
- No mínimo: 1 (um);
- No máximo: 12 (doze) para todo tipo de documento.
Especificidade
O nível de especificidade refere-se tanto a linguagem documentária quanto a unidade de informação que permitem ao bibliotecário catalogador ser específico na determinação de um assunto de um documento. O nível de especificidade é a medida que condiz com a precisão do sistema. A precisão nos sistemas de recuperação da informação se dá a partir da especificidade dos assuntos e no uso de poucos termos durante a indexação. Se o termo escolhido for mais genérico, ocorre dessa forma a perda de especificidade. A especificidade deve ser dada considerando a particularidade dos assuntos desenvolvidos no documento, ou seja, um item que trata de temáticas específicas, será representado com um maior nível de especificidade do que itens que sejam considerados mais gerais. O bibliotecário catalogador deve indexar cada item tão especificamente quanto necessário, representando os principais assuntos abordados no documento e considerando as necessidades informacionais representadas nas estratégias de busca dos usuários.
Exaustividade
O nível de exaustividade corresponde à quantidade de termos de indexação atribuídos a um documento e está diretamente relacionado com a capacidade de revocação dos sistemas. Logo, a quantidade de termos utilizada deve ser determinada pelo bibliotecário para fins de indexação, a fim de padronizar o número de descritores utilizados nos documentos, tendo em vista, por exemplo, a tipologia documentária (livros, teses, dissertações etc.) e o nível de especificidade e exaustividade pretendido pela biblioteca.
Formação do indexador
O profissional que irá trabalhar no processo de indexação da biblioteca precisa ter uma formação voltada para esta área, deve estar familiarizado com os princípios e as técnicas da indexação, além de conhecer profundamente as áreas e temáticas contidas na biblioteca e as diferentes necessidades dos usuários. Logo, parte do indexador participar de capacitações dentro de sua área de atuação, e da biblioteca ser responsável por indicar ou realizar formações complementares para esses profissionais.
Procedimentos relacionados à indexação
Este aspecto diz respeito à descrição de como deve ser realizada a leitura documentária com fins à indexação, como por exemplo, recomendações sobre quais as partes do documento que devem ser lidas e quais aquelas que devem ser evitadas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (1992) estabelece 3 etapas:
- a) Exame do documento e estabelecimento do assunto de seu conteúdo;
- b) Identificação dos conceitos presentes no assunto;
- c) Tradução desses conceitos nos termos de uma linguagem documentária.
Análise conceitual
Nessa etapa o indexador realiza uma leitura técnica em que identifica os elementos importantes de um documento e estabelece o assunto de seu conteúdo. Para tal compreensão, os elementos indicados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas a serem analisados são (1992, p. 2):
- título e subtítulo;
- resumo;
- sumário;
- introdução;
- ilustrações, diagramas, tabelas e seus títulos explicativos;
- referências; palavras ou grupo de palavras em destaque (sublinhadas, impressas em tipos diferentes);
- e referências bibliográficas.
Identificação dos conceitos
Nesta segunda etapa, o indexador deve identificar os conceitos essenciais na descrição do assunto, logo, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1992, p. 2) orienta que o mesmo faça as seguintes questões para a obtenção dos mesmo:
- Qual o assunto tratado no documento?
- Como se define o assunto em termos de teorias, hipóteses, etc.?
- O assunto contém uma ação, uma operação, um processo?
- O documento trata do agente dessa ação, operação, processo, etc.?
- O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
- Esses aspectos foram considerados no contexto de um local ou ambiente especial?
- Foram identificadas variáveis dependentes ou independentes?
- O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar? [...]
Tradução
A etapa final se compreende pela conversão dos conceitos obtidos anteriormente em termos de uma linguagem de descrição. Associação Brasileira de Normas Técnicas (1992, p. 3) indica as seguintes práticas:
- Usar descritores já existentes na linguagem de indexação utilizada;
- Para termos que representam novos conceitos, deve-se verificar sua admissibilidade em instrumentos de referência como dicionários, enciclopédias de autoridade, tesauros e tabelas de classificação.
Manual de indexação (elaboração/utilização)
O manual de indexação está alinhado com esta Política de Indexação, servindo como guia prático e padronizado que contempla a questão do tratamento temático da informação, no que diz respeito às suas diretrizes, filosofia e aos seus procedimentos e práticas, a fim de guiar o bibliotecário durante seu serviço. O Manual deve estar à disposição de toda equipe que trabalha no processo de indexação, e pode ser utilizado como ferramenta para treinamentos a novos funcionários e estagiários que efetivamente farão parte deste trabalho.
Linguagem documentária
Este tópico é composto por:
Escolha da linguagem
Linguagem documentária é um conjunto de regras, convenções e vocabulários padronizados utilizados para descrever e representar informações contidas em documentos, facilitando a organização, recuperação e acesso a esses materiais em bibliotecas, centros de informação e sistemas de indexação. Na Rede de Bibliotecas da Prefeitura de Porto Alegre , cada bibliotecária de bibliotecas especializadas auxilia na escolha de termos para a indexação. A linguagem documentária na CDMC é baseada no controle de termos de assuntos da área de conhecimento sob sua responsabilidade, com a Classificação Decimal Universal (CDU) para a construção do número de chamada, sendo os números utilizados os demonstrados na seção de “Cobertura de Assuntos”. A autora desta política sugere a conversão do enunciado temático para a linguagem documentária do Catálogo de Assuntos da Biblioteca Nacional (BN), que é uma é uma base de dados elaborada a partir de nomes de pessoas, entidades coletivas e eventos relacionados à autoria de obras e assuntos, possuindo terminologia específica que representa todas as áreas de conhecimento. Para o caso de pesquisadores brasileiros não encontrados na BN, também se utiliza como fonte de consulta a Plataforma Lattes, para verificar a forma de padronização de entrada de nome pessoal. Para as autoridades em campos não encontrados na BN nem no Lattes , ficará ao encargo do bibliotecário catalogador inserir a nova autoridade correspondente.
Sistemas de classificação
Os sistemas de classificação são conjunto de categorias ou classes que organizam os documentos de acordo com suas características, assuntos ou áreas de conhecimento. Esses sistemas facilitam a localização dos materiais em prateleiras ou em ambientes digitais. Na Biblioteca do Capitólio o sistema de classificação utilizado é a Classificação Decimal Universal (CDU) em todos os tipos de materiais, porém no se não forem livros, há uma especificação abreviada na frente do número de chamada indicando qual o material: Periódicos: PERI Catálogo: CAT+sigla da cidade,estado ou país do catálogo Folhetos: FOL Livro online: ONLINE Para dissertações não há uma abreviação, então a autora dessa política indica a abreviação DISS na frente do número de chamada.
Normas de catalogação
Normas de catalogação são conjunto de regras e diretrizes para descrever documentos bibliográficos, incluindo elementos como autor, título, assunto, editora, data, entre outros. A norma utilizada na Biblioteca é o RDA (Resource Description and Access).
Vocabulário controlado
Vocabulário controlado são conjunto de termos previamente selecionados e autorizados para representar conceitos específicos. Esses termos são utilizados para indexar documentos e possibilitar uma busca mais eficiente e precisa. A Biblioteca do Capitólio não utiliza nenhum vocabulário controlado, se baseando na estratégia de busca livre na qual o Pergamum busca em todos os campos do Marc.
Consistência/ Uniformidade
Esse tópico trata de que documentos de um mesmo assunto devem ser analisados e traduzidos conceitualmente de uma mesma maneira, logo, a consistência e a uniformidade são afetadas pelo tamanho do vocabulário utilizado e o número de conceitos representados, sendo necessário evitar indexações excessivamente detalhadas ou irrelevantes e fazer a representação através de termos adequados e relevantes.
Adequação
Este aspecto está relacionado à habilidade do bibliotecário catalogador em determinar o assunto do documento analisado e selecionar os descritores apropriados. O profissional precisa de uma familiaridade com o vocabulário utilizado e a capacidade de identificar os termos mais adequados para representar os conceitos encontrados nos documentos.
Sistema de busca e recuperação por assunto
Esse tópico é composto por:


